A pandemia acelerou a busca pela digitalização de operações de vendas e entrega, pois, subitamente tivemos que nos adaptar a realidade de uma quarentena rígida, sem a interrupção da cadeia de suprimentos, principalmente considerando o varejo ou nós, clientes finais.
De acordo com o relatório de pesquisa “Mercado de Logística de Terceiros (3PL) no Brasil – Relatório de Previsão e Análise 2021-2025”, espera-se que o mercado tenha uma taxa de crescimento anual de 3,33% em 2021, crescendo a um CAGR de 5% entre 2020 e 2025.
O setor de bens de consumo criará demanda máxima por serviços 3PL no Brasil durante o período de previsão. A crescente demanda por bens de consumo rápidos (FMCG), alimentos e bebidas e outros bens de varejo, como produtos eletrônicos, estão criando várias oportunidades de crescimento para os principais players do mercado.
O mercado de logística de terceiros (3PL) no Brasil é bastante fragmentado e conta com várias empresas globais e regionais como DHL Supply Chain, Kuehne + Nage, CEVA Logistics, ID Logistics e empresas brasileiras que entregam serviços logísticos do seu próprio marketplace como o Mercado Livre e a operação brasileira da Amazon.
A nossa competitividade em logística apresenta excelentes oportunidades para melhorias. Segundo a CNI (Confederação Nacional das Indústrias), nossa pontuação era de 4,77 pontos de um máximo de 10 pontos.
Com o arrefecimento da pandemia de Covid 19 e sua aparente mudança para uma endemia, e com uma guerra geográfica e culturalmente distante do país, o entrave possível que minará o crescimento do país neste ano, pode ser as eleições presidenciais e políticas de geração de empregos.
Segundo um relatório da STYQ este será o ano dos robôs móveis autônomos ou mais conhecidos pelo seu termo em inglês, Autonomous Mobile Robots (AMRs).
Prevê-se que o mercado de robôs móveis atinja US$ 54,2 bilhões até 2026, crescendo a um CAGR 20,0% de 2021 a 2026. O robô móvel autônomo é uma integração de inteligência artificial com equipamentos físicos de movimentação de mercado ou não, que tem embarcados lidares, sensores e câmeras que são componentes orquestrados por softwares de alta capacidade, que garantem que eles tenham a condições de navegar de maneira autônoma em operações logísticas, movimentação de materiais e processos produtivos, sem a necessidade de infraestrutura adicional. Estas máquinas são alimentadas também por software de gerenciamento de frota que permite que várias máquinas operem e interajam entre si, ao mesmo tempo e no mesmo ambiente. A tecnologia robótica está experimentando uma maior aceitação em diferentes ambientes comerciais e industriais.
O Brasil está representado dentro da fatia que corresponde ao continente sul-americano, o que compreende somente 5% do total mundial de um mercado potencial bilionário que em 2026 será correspondente à US$ 2,72 bilhões com nosso país respondendo por sua maior parte.
De acordo com a Abimaq, o setor de máquinas e equipamentos projeta um crescimento de 4% neste ano, ante o crescimento expressivo de 20% em 2021 totalizando investimentos da ordem de R$ 15 bilhões.
O mercado de AMRs e outros robôs é bastante incipiente no país dado o seu tamanho e potencial. Em 2020 o país tinha mais de 15 mil robôs industriais em operação e só perdia para o México, que se beneficia de sua proximidade com o mercado dos EUA.
A desenvolvedor de robôs Automni Logística Robotizada, que detém tecnologia que desenvolve equipamento de movimentação para operações logísticas, cresceu incríveis 1865% em faturamento com contratos fechados com empresas como Nestlé, DHL, ID Logistics e Plastipak e neste ano, projeta multiplicar seu faturamento por 10.
Os setores mais fortes de aquisição destas soluções e que seguirão em forte alta de investimentos neste ano são os de comércio eletrônico, alimentos & bebidas, operadores logísticos e bens de consumo.
Impacto da Guerra na Ucrânia nas operações logísticas
A guerra que ocorre na Ucrânia afeta diretamente a importação de produtos entre Brasil e os países envolvidos e também, a logística entre a Europa oriental, Ásia e em especial as commodities como petróleo, trigo e fertilizantes que tem efeito cascata em alguns produtos consumidos por todas e todos nós, brasileiros.
Culturalmente, historicamente e geograficamente, estamos longe do conflito sob diversos aspectos e as eleições deste ano tem mais potencial para um crescimento econômico pífio do que propriamente a guerra por si.
Por conta da pandemia, o processo de digitalização que está ocorrendo agora era para acontecer entre 5 e 10 anos e toda a cadeia foi acelerada para acontecer entre 2 e 4 anos.
As novas tecnologias que já são empregadas são inteligência artificial com características de previsão de demanda, melhorias de processos de movimentação e produtivo, geração de dados para fomento da tomada de decisão e com sugestão de melhorias de maneira automática, leitura de etiquetas e identificação de itens através de visão computacional que possibilita o reconhecimento de códigos alfanuméricos, qr codes, códigos de barras e até a contagem destes itens para inventários e sua morfologia para cálculo de volume.
Na prática, a robotização de processos veio para ficar e não tem prazo para seu fim, somente para sua contínua evolução.
Fontes:
https://www.styleintelligence.com/
https://www.industryarc.com/Research/Mobile-Robots-Market-Research-505464
https://abimaq.org.br/blogmaq/684/maquinas-e-equipamentos-projeta-alta-de-4-em-2022